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A Importância do Design Centrado no Usuário em Serviços de Governo Digital

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O Governo Digital representa a evolução das relações entre governo e cidadãos por meio de tecnologia. Ele possibilita a realização de diversas tarefas, como pagamento de impostos, solicitação de documentos e acesso a informações, sem sair de casa.

 

Agora, imagine se todos esses serviços fossem como um quebra-cabeça: fáceis para alguns, mas um desafio para outros. É aqui que entra o design centrado no usuário, uma abordagem que busca tornar a experiência digital amigável e eficiente para todos.

O que é Design Centrado no Usuário?

O Design Centrado no Usuário (DCU) é uma estratégia que coloca os usuários finais no centro de todo o processo de criação e implementação de um produto, serviço ou sistema. Ainda que o termo seja frequentemente associado ao campo do design, o DCU vai além disso, englobando uma abordagem multidisciplinar e holística.

O DCU se baseia em uma compreensão profunda das necessidades, desafios, expectativas e comportamentos dos usuários. O objetivo é assegurar que o resultado final seja algo que os usuários achem intuitivo e útil, e que proporcione uma experiência positiva.

Para ilustrar, vamos considerar o exemplo de um aplicativo para agendar consultas médicas.

Imagine que o governo perceba que muitos pacientes têm dificuldades para agendar consultas, presencialmente ou por telefone, devido a linhas ocupadas ou horários restritos de atendimento. A equipe de gestão de saúde decide que um aplicativo digital pode ser uma solução eficaz. Para o desenvolvimento, forma-se uma equipe multidisciplinar que inclui profissionais de saúde, desenvolvedores de software, especialistas em experiência do usuário e gestores de projeto.

Essa equipe começa entrevistando os pacientes para entender suas necessidades e dificuldades. Eles observam como os pacientes interagem atualmente com o sistema de agendamento – como reagem quando encontram obstáculos, quais são suas expectativas, entre outros pontos. Essas informações ajudam a equipe a compreender melhor as preferências de seus usuários e a criar uma solução que satisfaça suas necessidades.

Durante o desenvolvimento do aplicativo, a equipe cria protótipos e os testa com pacientes reais. Eles coletam feedback e fazem melhorias iterativas com base nesse feedback. O objetivo é assegurar que seja intuitivo, fácil de usar e que, de fato, ajude os pacientes a agendar suas consultas de forma eficiente e sem frustrações.

Portanto, embora a palavra “design” esteja presente, o Design Centrado no Usuário é sobre entender as pessoas e usar esse entendimento para orientar o desenvolvimento de soluções que atendam às suas necessidades. É um processo que valoriza a empatia, a colaboração, a observação e o feedback contínuo – e isso é relevante não apenas no design, mas em qualquer campo que vise desenvolver soluções centradas no usuário, inclusive no Governo Digital.

A Importância do Design Centrado no Usuário para o Governo Digital

O Design Centrado no Usuário (DCU) é essencial para serviços digitais do poder público, pois melhora a acessibilidade, eficiência e satisfação do usuário. Veja a seguir alguns dos pontos chave que tornam o DCU cada vez mais central para o Governo Digital.

1. Acessibilidade

Governos servem a uma população diversa. É essencial que serviços de Governo Digital sejam acessíveis a todos, incluindo pessoas com deficiências, idosos, e aqueles com conhecimento limitado em tecnologia. Ao aplicar o DCU, um portal de serviços públicos pode incluir recursos como leitores de tela para pessoas com deficiência visual e design responsivo que se adapta a dispositivos móveis, facilitando o acesso para aqueles que não possuem um computador.

2. Eficiência e Economia de Recursos

Serviços eficientes permitem que os cidadãos concluam tarefas de forma mais rápida, intuitiva e fácil, e ainda reduzem o impacto sobre os recursos do governo. Ao adotar o DCU, um departamento de trânsito pode criar um portal online onde os cidadãos renovem suas carteiras de motorista. Isso economiza tempo para os cidadãos,  reduz a carga de trabalho e os custos operacionais do departamento.

3. Satisfação do Usuário e Confiança no Governo

Quando os cidadãos têm experiências positivas com serviços de Governo Digital, eles ficam mais satisfeitos e têm maior confiança no poder público. Ao utilizar o DCU, um aplicativo para consultas médicas poderia permitir que os pacientes marquem, remanejem ou cancelem consultas em hospitais da rede pública com facilidade. Isso aumentaria a satisfação dos pacientes e a percepção positiva sobre o sistema de saúde público.

4. Inclusão e Participação Cidadã

Serviços públicos devem promover a inclusão, permitindo que os cidadãos participem ativamente em decisões que afetem suas comunidades. Um governo local poderia criar um portal de Governo Digital com DCU que permite que os cidadãos submetam propostas, votem em iniciativas e forneçam feedback sobre projetos da comunidade. Isso permitiria uma maior participação cidadã no processo decisório.

5. Facilitando a Disseminação de Informações

É vital que os cidadãos tenham fácil acesso a informações importantes. Durante uma crise de saúde pública, um governo pode utilizar o DCU para desenvolver um site, portal ou aplicativo onde os cidadãos possam obter informações atualizadas, orientações de segurança e encontrar serviços médicos próximos. Isso facilita a disseminação de informações críticas de forma eficaz.

A aplicação do Design Centrado no Usuário em serviços de Governo Digital não é apenas uma boa prática de design; é uma abordagem essencial para garantir que os serviços públicos sejam acessíveis, eficientes e eficazes em atender às necessidades de todos os cidadãos.

Princípios do Design Centrado no Usuário para Governo Digital

Os princípios do Design Centrado no Usuário (DCU) são fundamentais para o desenvolvimento de serviços de Governo Digital eficazes. Esses princípios garantem que os serviços sejam acessíveis, intuitivos e atendam às necessidades dos cidadãos. Vamos examinar os princípios mais relevantes.

1. Foco no Usuário e nas Suas Necessidades

Os serviços de Governo Digital devem ser desenvolvidos com um forte foco nas necessidades e preferências dos usuários. Ao desenvolver um portal de impostos online, o governo pode realizar pesquisas para entender quais informações os contribuintes frequentemente procuram e quais recursos eles consideram mais valiosos. Isso ajuda a garantir que o portal seja relevante e útil.

2. Simplicidade e Clareza

O design e a linguagem utilizados nos serviços de Governo Digital devem ser simples e claros para minimizar a dispersão e garantir que os usuários possam completar tarefas com facilidade. Em um aplicativo de agendamento de consultas médicas, um calendário visual simples e opções claras de seleção de horário ajudam os pacientes a agendar consultas rapidamente, sem erros.

3. Eficiência

Os usuários não devem perder tempo ao usar serviços públicos em ambiente digital. Isso implica que um produto – composto por design e funcionalidades – permita aos usuários alcançar seus objetivos de maneira rápida e direta. Em um portal de serviços públicos, um sistema de autenticação eficiente que lembre os usuários de suas credenciais e uma barra de pesquisa rápida podem ajudar os cidadãos a acessar os serviços necessários sem demora.

4. Personalização

Os serviços devem ser capazes de se adaptar às necessidades específicas dos usuários, proporcionando uma experiência mais personalizada. Um portal de educação pode permitir que os estudantes personalizem seu painel com links para os recursos que mais usam, como horários de aulas, notas ou material didático.

5. Envolvimento dos Usuários e Feedback

Incorporar feedback dos usuários e envolvê-los ativamente no processo de design é fundamental para melhorar de forma contínua os serviços de Governo Digital. O poder público pode realizar sessões de teste de usabilidade com cidadãos para um novo sistema de registro de eleitores e usar seus feedbacks para refinar o sistema antes do lançamento oficial.

6. Segurança e Privacidade

Os serviços devem garantir que os dados dos usuários sejam tratados com segurança e que sua privacidade seja respeitada. Em um sistema de declaração de impostos online, o governo deve implementar criptografia de ponta a ponta e autenticação de dois fatores para proteger as informações financeiras dos contribuintes.

Adotar esses princípios no design de serviços de Governo Digital ajuda a criar sistemas que não apenas atendem às necessidades dos cidadãos, mas também melhoram a confiança e a satisfação com os serviços governamentais.

Benefícios do Design Centrado no Usuário para o Governo Digital

O Design Centrado no Usuário é um catalisador para tornar os serviços de Governo Digital mais eficientes, acessíveis e agradáveis para os cidadãos. Entre os principais benefícios do DCU quando aplicado aos serviços de Governo Digital estão:

  • Aumento da satisfação do usuário
  • Maior eficiência de uso e administração
  • Redução de erros tanto da parte do usuário quanto dos administradores
  • Acessibilidade ampliada
  • Melhor engajamento cidadão com os serviços e poder público
  • Redução de custos para o governo
  • Aumento da confiança no governo

Desafios e Soluções

O caminho para a implementação do Design Centrado no Usuário no Governo Digital não está isento de obstáculos. Entre os desafios encontrados, pode-se destacar a diversidade dos usuários. As instituições públicas se deparam com uma ampla gama de cidadãos com diferentes idades, níveis de educação, habilidades e preferências. Nesse sentido, torna-se crucial realizar pesquisas aprofundadas com variados grupos demográficos e aplicar o design inclusivo. Isso pode se traduzir, por exemplo, no desenvolvimento de interfaces simples para idosos e na inclusão de recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência nos sites e aplicativos governamentais.

Contudo, os desafios não se restringem à diversidade de usuários. Muitas vezes, os governos enfrentam restrições orçamentárias que podem limitar sua capacidade de entregar produtos que atendam às verdadeiras necessidades da população. Para contornar essa situação, é útil adotar uma abordagem de desenvolvimento enxuto. Estratégias como a criação de um Produto Mínimo Viável (MVP) e a realização de melhorias iterativas com base no feedback do público permitem o desenvolvimento progressivo sem a necessidade de investimentos elevados de recursos iniciais.

Outra preocupação premente no universo do Governo Digital é a segurança e a privacidade dos dados dos cidadãos. O manuseio de informações sensíveis exige que padrões de segurança sejam integrados desde o início do projeto. Práticas como a criptografia e a autenticação de dois fatores, além da garantia da conformidade com regulamentos de privacidade de dados, são vitais neste contexto.

Ademais, a complexidade inerente aos serviços governamentais pode se tornar um obstáculo quando o objetivo é simplificar um produto ou serviço. Uma solução possível para esse problema passa pela revisão e otimização dos processos governamentais. A eliminação de etapas desnecessárias, a digitalização de formulários e a disponibilização de informações de maneira mais acessível podem contribuir significativamente para essa simplificação.

Por fim, a integração de sistemas legados também pode representar um desafio. Os governos frequentemente operam com sistemas antigos que podem não ser compatíveis com novas soluções. Nesses casos, o planejamento de uma estratégia de migração faseada pode ser uma boa saída. Nela, sistemas legados são gradualmente substituídos ou integrados a novas soluções por meio de APIs e adaptações. Esse processo pode ser realizado em etapas, o que permite aproveitar o Design Centrado no Usuário para garantir a qualidade da solução.

Portanto, é evidente que superar os desafios do DCU no contexto do Governo Digital exige um planejamento cuidadoso. Deve-se levar em consideração a diversidade de usuários, as limitações de recursos, as questões de segurança e privacidade, a complexidade dos processos governamentais e a integração de sistemas legados. Nessa jornada, a participação ativa dos cidadãos é uma aliada valiosa, permitindo o desenvolvimento de soluções verdadeiramente centradas no usuário.

O Design Centrado no Usuário é uma peça-chave para o sucesso dos serviços de Governo Digital. Ao focar na experiência dos usuários, é possível criar serviços mais eficientes e satisfatórios, promovendo uma relação mais positiva entre cidadãos e governo. Ao mesmo tempo que se cria oportunidades para o desenvolvimento de novas soluções a partir dos desafios identificados nos processos utilizados na criação das soluções anteriores.

Confira como a Valid pode ser um parceiro estratégico na implementação de soluções de Governo Digital na sua gestão.

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