O cenário da segurança pública no Brasil, apesar de desafiador e caracterizado por altos índices de criminalidade e sistemas frequentemente ineficientes, tem nas novas tecnologias para segurança pública uma poderosa aliada para superar esses obstáculos que o país enfrenta há anos.
Com sua capacidade de inovar e aprimorar sistemas de segurança, a tecnologia tem o potencial de transformar as estratégias, tornando-as mais eficazes e acessíveis.
O Governo Digital surge, então, como peça central, já que a implementação eficaz de tecnologias avançadas no campo da segurança pública pode resultar em uma redução significativa da criminalidade e em uma maior sensação de segurança para a população.
Neste artigo, apresentaremos como o Governo Digital pode ser um potente vetor de transformação para a segurança pública.
Como as tecnologias para segurança pública podem transformar o combate à criminalidade no Brasil?
Para transformar o cenário da segurança pública é preciso que um combo de tecnologias operem juntas. Começa na análise de dados e no uso da inteligência artificial para prever crimes e alocar recursos de forma eficaz e vai até a ambiciosa, mas possível, integração de sistemas e interoperabilidade entre os órgãos de segurança. Esses são os itens essenciais para melhorar a eficácia das ações dos Estados.
O papel do Governo Digital na segurança pública é fundamental para enfrentar os desafios contemporâneos da criminalidade e da violência. Através da adoção de tecnologias digitais e da integração de sistemas, as agências de segurança podem se tornar mais ágeis, eficientes e eficazes, melhorando a segurança e o bem-estar dos cidadãos.
Contudo, isso exige uma abordagem estratégica e cuidadosa, garantindo que a digitalização seja implementada de maneira ética, segura e orientada para os cidadãos.
A interoperabilidade e os benefícios do uso de tecnologias na Segurança Pública
A adoção de tecnologias digitais e a integração de sistemas trazem uma série de benefícios significativos para a segurança pública.
O primeiro é o aumento da agilidade das operações de segurança. Com ferramentas digitais, as informações podem ser coletadas, analisadas e compartilhadas em tempo real, permitindo respostas mais rápidas a incidentes de segurança. Além disso, as tecnologias digitais podem automatizar tarefas rotineiras, liberando recursos humanos para tarefas mais estratégicas e complexas.
Segundo, as tecnologias digitais e a integração de sistemas melhoram a eficiência operacional.. Ao permitir a coleta e análise de grandes volumes de dados, as agências de segurança podem identificar padrões, tendências e conexões que de outra forma seriam perdidos. Isso pode ajudar a identificar áreas de risco, prever incidentes de segurança e desenvolver estratégias mais eficazes de prevenção e resposta.
Terceiro,as tecnologias digitais, que incluem desde infraestruturas de TI e comunicações até ferramentas e aplicações avançadas, como inteligência artificial (IA), machine learning, big data e blockchain, permitem uma tomada de decisões mais embasada em dados. As decisões de segurança podem ser baseadas em evidências empíricas, análises estatísticas e modelos preditivos. Isso aumenta a eficácia das decisões e torna as operações de segurança mais transparentes e responsáveis.
3 formas de usar a tecnologia a favor da Segurança Pública
Enfrentar o complexo panorama criminal requer estratégias de segurança pública inovadoras e altamente eficazes. Continue a leitura para entender algumas dessas estratégias.
1. Utilização de análise de dados e inteligência artificial
A análise de dados se refere ao processo de inspecionar, limpar, transformar e modelar dados com o objetivo de descobrir informações úteis, informar conclusões e apoiar a tomada de decisões. No contexto da segurança pública, a análise de dados pode ser usada para identificar padrões e tendências criminais, permitindo que as agências de segurança desenvolvam estratégias de prevenção e resposta mais eficazes.
Por exemplo, através da análise de dados históricos de crimes, é possível identificar áreas com maior incidência de crimes específicos, horários em que são mais prováveis de ocorrer, e até mesmo fatores sociodemográficos ou econômicos que podem estar correlacionados. Essas informações podem priorizar a alocação de recursos, com patrulhas e operações de segurança sendo direcionadas para áreas e horários de maior risco.
A inteligência artificial (IA), por outro lado, vai um passo além da análise de dados, utilizando algoritmos avançados para “aprender” padrões a partir de grandes conjuntos de dados e fazer previsões ou tomar decisões sem a necessidade de instrução explícita. A IA pode ser usada para prever tendências criminais, permitindo que as agências de segurança se antecipem a potenciais incidentes.
Isso já está acontecendo no Piauí. O estado adotou uma nova estratégia de investigação e tecnologia que recuperou mais de 5 mil aparelhos em oito meses. Através do agrupamento e da análise de bancos de dados enormes, que inclui até o IMEI (número de registro) dos aparelhos, a polícia desenvolveu um sistema capaz de investigar e encontrar milhares de celulares de uma vez só.
Além disso, graças à parceria com as operadoras de telefonia, eles conseguem rastrear os aparelhos e enviar intimações em massa para seus usuários, solicitando a devolução em um dos postos de polícia da cidade de Teresina. A estratégia tem sido eficaz na recuperação de celulares roubados, desestimulando o crime: em 2023, foi registrada uma redução de 40% no número de roubos e furtos de celulares na capital; em 2024, a redução já chega a 50% no número de roubos diários.
2. Integração de bases de dados e compartilhamento de informações
Além da análise de dados e da IA, a integração de bases de dados e o compartilhamento de informações entre agências de segurança são fundamentais para aumentar a eficiência das investigações e facilitar a colaboração.
Com a integração de bases de dados, as informações coletadas por diferentes agências de segurança podem ser consolidadas em uma única plataforma, facilitando o acesso e a análise. Isso pode revelar conexões e padrões que seriam difíceis de detectar em bases de dados isoladas, aprimorando a capacidade das agências de segurança de identificar e responder a ameaças, além de promover a colaboração entre as agências de segurança, permitindo que elas compartilhem conhecimento, experiências e melhores práticas.
3. Interoperabilidade: um conceito chave
O conceito de interoperabilidade é fundamental para a integração de bases de dados e o compartilhamento de informações. O termo refere-se à capacidade de diferentes sistemas de informação, dispositivos e aplicações de acessar, trocar, integrar e, cooperativamente, usar dados em um ambiente coordenado, para o benefício dos usuários.
As estratégias de combate ao crime podem ser significativamente fortalecidas através da análise de dados, da inteligência artificial, da integração de bases de dados e do compartilhamento de informações. Contudo, isso requer uma abordagem cuidadosa e estratégica, garantindo que as tecnologias sejam implementadas de maneira ética, segura e respeitosa à privacidade dos cidadãos.
Governo Digital: uma nova era para a Segurança Pública
O Governo Digital representa uma nova era para a segurança pública, uma era em que a inovação e a tecnologia andam lado a lado com as estratégias de combate ao crime. Através da integração de sistemas, análise de dados e IA, é possível não só responder mais efetivamente aos desafios atuais, mas também prever e prevenir impactos futuros.
Olhando para o futuro, o Governo Digital não só continuará a desempenhar um papel fundamental na segurança pública como é a peça chave para fazer isso acontecer.
Conforme a tecnologia avança, novas possibilidades e oportunidades se abrirão, permitindo que os profissionais de segurança aprimorem ainda mais suas estratégias e práticas.
Para continuar aprendendo sobre o impacto do Governo Digital em outras áreas, convidamos você a ler nosso material sobre Educação e Governo Digital. Acompanhe conosco essa fascinante jornada de transformação.